É triste ver a
tristeza mais presente do que a alegria no coração do povo de Deus, alvejados
por sistemas religiosos doentios e descompromissados com a verdade bíblica,
munidos da ignorância, do fascismo e da hipocrisia, vestígios da formação de
uma sociedade machista, onde o orgulho é a vitamina que alimenta a mentira
transvestida da pseudo verdade, ensinada e cultuada, cheia de interesses
individuas, contrários a tudo que se chama amor e coração de Deus. O mundo geme
sufocado, procurando amor, tolerância, perdão, alegria, bem estar, prazer em
viver, mas o que se encontra, é uma igreja na terra, misturada com a política,
em nome da boa vizinhança, com o materialismo, em nome de um mundo sedento de
consumismo, onde o capitalismo ostenta-se nos altares, ditos divinos, mas são
divinamente orientados pelo poder do ufanismo pobre e vazio de Deus e da sua
justiça. Onde acharemos o coração de Deus? Talvez em uma criança que ainda não
aprendeu a chorar, que ainda não aprendeu a mentir e a enganar o próximo, que
ainda não aprendeu as trapaças dos homens religiosos, escondidos atrás de uma
falsa santidade, tentando mudar o odor da sua natureza fétida carnal, herança
adâmica e destinada ao pó.
É triste ver que
o maior ibope, acontece para quem tem dois pesos e duas medidas, para quem
chama a verdade de mentira e a mentira de verdade, é para quem condena mais,
quem culpa mais, quem mostra mais o pecado, quem ameaça mais, um mundo sem a
Graça de Deus, sem a alegria da pureza promovida pelo Sangue de Cristo
derramado, líderes que sequer conhecem as duas Alianças e a mudança de
relacionamento entre Deus e o seu povo, contido nestes dois mistérios que a
Igreja não ensina, para não deixar o povo livre da condenação do pecado, da
culpa e da dor, afim de mante-los presos, submissos e ignorantes, forma mais
fácil de dominar os pensamentos. Falam como se fossem Deus a falar, ensinam
como se fossem Deus a ensinar, em nome do Senhor dizem: “Deus está te punindo”,
te disciplinando, Deus está te provando, como se Jesus não tivesse mudado e
tornada caduca a Lei, e todos os postulados nela contidos, Cristo colocou um
fim, definitivo, a tudo que a lei chamava justiça, a tudo que a lei chamava
santidade, a tudo que a lei chamava vontade de Deus, tudo foi mudado, alterado
por Cristo.
Agora, ninguém
ensinará a seu irmão dizendo: Conheça a Deus, pois no novo pacto, Deus está
totalmente e perfeitamente na vida de todos os seus filhos. Quando Ele
estabeleceu a lei da semeadura e da colheita, Deus está criando uma forma de
todos viverem de forma consciente e responsável, sem que Ele precise intervir,
pois o homem só vai colher o que plantar e nada mais. Em Cristo, todos somos,
individualmente, responsáveis pelo nosso sucesso ou fracasso. É um absurdo o
que fazem os líderes sem amor. Ensinam a teoria do medo, da insegurança,
amedrontam com o inferno e a perda da salvação eterna. Deus está triste,
zangado, decepcionado e surpreso com nossos erros, afirmam. É absurdo pensar
que uma natureza, que jamais mudará, poderá se tornar santa mediante sacrifícios
e esforços humanos, que somos de uma classe superior por sermos religiosos,
porque oramos e freqüentamos uma igreja, é um absurdo pensar que a chuva e o
vento só vêm para o pecador, que o câncer é maldição hereditária e que todos
serão curados. Deus não precisa de advogados de defesa, Ele faz no seu tempo e
na sua forma e ainda inspira um sábio a dizer: “Tudo na vida é vaidade, é
correr atrás do nada”.
Lamentamos, que
a falta de amor e graça, esteja tão presente na igreja quanto está no mundo.
São as igrejas que não conhecem o amor e a justiça divina, que fazem côro na
humilhação e na acusação dos seus próprios seguidores, a fim de mantê-los
oprimidos e dependentes. Quanto mais tristes melhor para Deus, quanto mais
ignorantes, mas Deus se agrada, quanto mais oprimidos, mais livres por Deus
deste mundo. Sob o manto do medo, vive o povo dito “de Deus”. O povo que
deveria perdoar é o que mais condena, quem deveria amar é o que mais está
dividido, o que deveria está próximo dos doentes emocionais, são os que mais se
afastam, para não se contaminar com os “erros”.
A Graça de Deus
não pode acusar, não pode condenar ou apontar pecados. Quando o amor e a
alegria farão parte da vida do Povo de Deus? Quando olharmos a todos como
irmãos de fé, sem desigualdades, sem arrogâncias ou como detentores de
“verdades”, quando vivermos em comunidades apenas felizes por estarmos vivos,
por sermos irmãos, por sermos todos necessitados da Graça e do Amor de Deus,
por dependermos cem por cento da Sua generosidade, única razão por sermos
amados pelo nosso Pai, quando entendermos que a Graça nos basta para vivermos
uma vida agradável a Deus. Quando seremos todos crianças para entrarmos no
Reino de Deus? Para vivermos felizes, brincando no parque da vida, adultos,
responsáveis pela sua própria leveza de ser, sendo todos filhos do mesmo Deus?
Quando crescermos o suficiente para não mais mentirmos ou enganarmos, quando
imitarmos Jesus no Amor e no perdão, quando olharmos todos da mesma forma,
todos dependentes, diariamente, da compaixão divina, quando temos a consciência
que nada sabemos e que precisamos uns dos outros, que nossa salvação é total e
plena, de tudo neste mundo e no vindouro, e que depende, única e
exclusivamente, da Graça do nosso Deus. O mundo está sem Graça porque não
conhece a Graça de Deus. Deus não precisa de profetas plantonistas, como no
velho pacto, agora, Ele fala direto ao coração pela fé. Nossa maior
responsabilidade nesta vida é amar com o amor de Deus, pois quem ama cumpre
toda a Lei e os Profetas. Só na Graça cumprimos a Lei, mas na Lei, jamais
viveremos na Graça. Quando vivemos a plena Graça, nos lembramos dos que estão
longe, dos que nos magoaram para perdoar, dos que estão sofrendo para ajudarmos,
dos que estão sem luz para iluminar, esta é e será a única razão de vivermos e
falarmos da Maravilhosa Graça e sermos chamados filhos de Deus.
BP.SEVERINO JOSÉ
03/2012
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